quinta-feira, 29 de novembro de 2012

IMPLOSÃO DO SNA PREJUDICA NEGOCIAÇÕES SALARIAIS DA CATEGORIA DOS AEROVIÁRIOS



Texto: Roberto Pacheco (MTb 426)
Marcelo Schmidt acusa Selma de sacar dos cofres do SNA cerca de R$ 400 mil, além de contrair dívidas de mais de R$ 5 milhões e perder a sede do Sindicato, com 17 salas, no centro do Rio de Janeiro.
O Sindicato Nacional dos Aeroviários (SNA) que, no passado, foi uma das entidades de classe mais importante e respeitada do país, pode estar com os dias contados em função de brigas internas entre seus dirigentes, envolvidos em uma grande confusão, com acusações de corrupção, desmandos administrativos e financeiros. Essa situação está prejudicando as negociações salariais da categoria dos aeroviários junto aos representantes do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea), conforme declarou Jorge Negreiros, presidente do Sindicato dos Aeroviários do Amazonas (Sindamazon).
Para Negreiros, os diretores do SNA deveriam - antes de qualquer disputa interna - se preocupar com os trabalhadores, que é a maioria que votaram e elegeram dirigentes sindicais com a finalidade de lutar pela garantia de reajustes e pisos salariais mais justos, visando a melhoria das condições sociais e de trabalho da categoria. “Devido a brigas internas, por disputa de cargos dentro do SNA, a diretoria do Snea, que representa os patrões, suspendeu as negociações salariais da nossa categoria, até que se resolvam esses conflitos que só ajuda a desmoralizar o movimento sindical, prejudicando o trabalhador brasileiro”, sentencia Negreiros.  
As denúncias internas, que está implodindo o SNA, foram geradas pela disputa de poder e falta de transparência de diretores de algumas subsedes da entidade. De acordo com Selma Balbino, presidente do Sindicato Nacional dos Aeroviários, os mentores dessa crise foram o Secretário Geral, Marcelo Schmidt, do Rio de Janeiro, e o Coordenador da Região Sudeste e diretor da base de Minas Gerais, Paulo de Tarso. “O Schmidt convive com a frustração de não ser presidente dessa entidade e tenta ocupar o meu lugar a qualquer preço. O Tarso está apavorado porque estou investigando a falta de transparência nas contas da subsede de Minas Gerais, que o Conselho Fiscal está investigando com a minha orientação. Ele se apropriou indevidamente da contribuição dos sócios que são movimentadas na conta de uma associação criada por pessoas de sua confiança, com a justificativa de proteger o dinheiro dos aeroviários contra possíveis bloqueios judiciais de nossas contas”, justificou Selma.
Por outro lado, o bloco que apóia Marcelo Schmidt acusa Selma de sacar dos cofres do SNA cerca de R$ 400 mil sem justificar as despesas, além de contrair dívidas de mais de R$ 5 milhões e perder a sede do Sindicato, com 17 salas, no centro do Rio de Janeiro. Com base nessas denúncias a executiva nacional do SNA realizou Assembléia Geral Extraordinária e afastou a presidente. De posse de uma liminar Selma Balbino voltou ao comando do SNA.
No entendimento de Jorge Negreiros, presidente do Sindamazon, Selma Balbino é, de fato e de direito, a presidente do SNA. “Apesar de não partilharmos de simpatias recíprocas, foi a Selma quem foi votada e escolhida para representar a classe pela maioria dos aeroviários. O seu afastamento da presidência do SNA não tem consistência jurídica até a sentença ser transitada e julgada em juízo”, esclarece Negreiros.

Assessoria de Comunicação
Por: Roberto Pacheco (MTb 426)

sábado, 24 de novembro de 2012

GOL LINHAS AÉREAS ACUMULA PREJUÍZO DE MAIS DE R$ 1 BILHÃO NO ANO




24 Nov 2012 . 09:47 h . Agência Estado . portal@d24am.com
Sua maior concorrente, a TAM, passa por situação semelhante. A vice-líder do setor aéreo brasileiro atravessa sua pior crise em 2012.
Manaus - A interrupção das operações da Webjet levará a Gol a cortar ainda mais sua oferta de passagens aéreas no ano que vem. A empresa espera uma redução entre 5% e 8% no volume de assentos à venda no primeiro semestre de 2013, dando continuidade ao corte de cerca de 4,5% feito neste ano. A retração da oferta é consequência da devolução da frota da Webjet, anunciada na quinta-feira.
"Seis das 20 aeronaves estavam operantes e pararam de voar na quinta. Essa decisão (de cortar a oferta) está em linha com o cenário do setor aéreo, que demanda atenção em função de resultados negativos", disse o presidente da Gol, Paulo Kakinoff.
A vice-líder do setor aéreo brasileiro atravessa sua pior crise em 2012. A empresa cortou 2 mil funcionários nos últimos meses e deixou de voar cerca de 100 frequências diárias. A Gol acumula um prejuízo líquido de mais de R$ 1 bilhão nos nove primeiros meses deste ano, o pior da história da empresa no período. O remédio para tentar reverter as perdas - ou, pelo menos, minimizá-las - foi enxugar a operação, cortando voos menos rentáveis.
Sua maior concorrente, a TAM, passa por situação semelhante. A companhia reduziu sua oferta em 2% neste ano e anunciou um corte de mais 7% no volume de assentos à venda em 2013. O último balanço divulgado apontou um prejuízo líquido de R$ 928 milhões no segundo trimestre - no terceiro trimestre, os resultados da companhia já foram consolidados nos números da Latam, empresa criada após a fusão com a LAN.
"Os cortes anunciados confirmam o quadro de excesso de oferta no mercado brasileiro", disse o consultor André Castellini, sócio da Bain & Company. A estimativa dele é que o excedente chegue a 10% dos assentos disponíveis para voos domésticos. Nos últimos anos, as empresas ampliaram suas frotas esperando um crescimento maior da demanda. Mas foram surpreendidas por aumentos de custos principalmente do querosene de aviação, que ficou 50% mais caro entre 2010 e 2012, segundo cálculos da Associação Brasileira de Empresas Aéreas (Abear).
"O produto transporte aéreo ficou mais caro. Há excesso de oferta porque não há passageiros suficientes dispostos a pagar o valor necessário para a operação ser rentável para as companhias aéreas", explica Castellini.
Sem conseguir repassar os aumentos de custos ao valor das passagens, as empresas tentam aumentar sua rentabilidade com mais eficiência na operação. Ou seja, voando com aviões mais cheios. Uma das intenções da Gol ao eliminar as aeronaves da Webjet é incorporar os passageiros da empresa em seus voos. "Temos uma expectativa de aumento da nossa taxa de ocupação, mas não é possível precisar de quanto", disse Kakinoff.